Kléber pode ser punido

Após marcar o gol que abriu o caminho da goleada por 5 a 0 sobre o Atlético/MG, no Mineirão, no último domingo, o atacante Kléber, do Cruzeiro, saiu em direção à torcida atleticana e imitou um galo, símbolo do clube alvinegro, e ainda fez o ‘chororô’. O árbitro Paulo César de Oliveira viu e o advertiu com cartão amarelo.

No intervalo da partida, ainda em campo, Kléber se explicou para os repórteres. “É o símbolo deles, mas não quis provocar, não. Foi apenas uma forma de comemorar com a minha torcida”, justificou o atacante.

A torcida do Galo não viu da mesma forma. No site de relacionamentos Orkut, torcedores expressam sua indignação e fazem campanhas para que jogadores atleticanos “cacem” Kléber em campo no próximo domingo, dia 3 de maio. Outros mais exaltados juram o jogador cruzeirense de morte.

O procurador-geral do Tribunal de Justiça Desportiva de Minas Gerais (TJD/MG), Antônio Augusto Mesquita Fonte Boa, irá requisitar a fita do jogo para uma avaliação mais severa do caso.

“Não vi o jogo, pois estava viajando, mas vou pedir o VT para analisar a comemoração. A princípio, pelo que ouvi, ele (Kléber) teve uma manifestação desrespeitosa e se isso realmente aconteceu a Procuradoria irá denunciá-lo”, declarou o procurador-geral ao site Justicadesportiva.com.br.

Kléber corre o risco de ser denunciado por assumir atitude contrária à disciplina e à moral desportiva em relação à representação adversária ou de espectador – artigo 258 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), que prevê suspensão de um a dez jogos, a serem cumpridos apenas no Campeonato Mineiro. Caso seja denunciado, o Gladiador irá a julgamento apenas após a final do Estadual.

Caso parecido aconteceu em 2004, também em uma final entre os rivais. Assim que a partida terminou, o zagueiro Cris pegou dois sinalizadores azuis no banco de reservas do Cruzeiro e se dirigiu para onde estava a torcida adversária. Depois de provocar os torcedores, o zagueiro disparou os dois sinalizadores, que caíram na geral do Mineirão. O goleiro Eduardo, que estava saindo do gramado, voltou e agrediu Cris. Foi quando começou a confusão entre os jogadores das duas equipes. Dias depois, Cris apareceu na televisão chorando, dizendo que estava sendo jurado de morte e sua família ameaçada.